Quando eu estava no ensino fundamental conheci um
professor que marcou muito a minha vida. Ele me deu aula de uma certa
matéria da 4º até a 7º série, sendo que na 6º eu mudei de turma pra não
ter mais aula com ele... Mas o infeliz mudou também.
O motivo de todo esse “perrengue” é simples, ele não queria ensinar.
Aliás, ele tinha um pouco de raiva quando um aluno aprendia. Quando eu
gabaritava as provas dele era natural eu ouvir um pouco de ironia na sua
voz. Porém em um dia especial na 7º série ele chegou na sala de aula
com o “santo baixado”, jogou a matéria no quadro e simplesmente disse
que era pra nós explicarmos. Fiquei pasma!
Como pode alguém que se intitula professor fazer uma coisa dessas?
Lógico
que eu, a aluninha querida (ironia ta gente, ele me odeia), fui
reclamar, e disse que ninguém da turma sabia aquele conteúdo. Sabe o que
ele me disse? Que então todos na turma eram BURROS (isso mesmo) por não
saber, por que é normal que qualquer um com o mínimo de inteligência
saberia entender sem explicações. Eu disse pra ele algo que me fez
pensar muito hoje: “Não é normal não professor, é natural que saibam,
mas não é normal!”
Você
conseguiu acompanhar o meu raciocínio? Eu quis dizer que não existe
“normal” mas sim “natural”, afinal, é natural que um aluno aprenda que
1+1 = 2 contando nos dedos, mas pode ter um que só aprenda se nós
explicarmos contando com maças, logo, não é normal e sim natural.
Hoje ao refletir mais sobre isso, notei que essa “teoria” deve fazer
moradia perpétua na cabeça de um professor. Pelo simples fato de que
vamos lidar com mentes criadas nos mais diversos meios, portanto será
normal que aprendam de jeitos diferentes. O que parece óbvio pra nós,
pode não ser tão óbvio pro outro, e no fundo o que vale é que o outro
aprenda. Se chegarmos na sala de aula certos que será “normal” que o
conteúdo seja de fácil aprendizagem ficaremos frustrados com qualquer
dúvida boba que possa surgir, e isso é tão terrível pra gente como é pro
aluno.
Por isso que digo pra
vocês, exercitem o natural. Eliminem de vez essa história de normal,
pois na aprendizagem isso não existe. Insistir nisso é apenas adiantar
uma possível carreira frustrada e alunos traumatizados (como eu) ou sem o
real conhecimento que você foi contratado pra proporcionar.Jheini
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