terça-feira, 16 de outubro de 2012

Breve análise crítica do filme - O Diabo veste Prada

Sabe-se que a situação financeira pode ser indagada pela moda, porém ao andar por um calçadão, shoppings, bares e restaurantes pode-se notar que a maioria dos sujeitos está usando produtos de destaque nos discursos sedutores da mídia como: celulares, bolsas, estampas e cores conforme aquela estação. No entanto, a moda é uma arma da busca por um “eu” perfeito, mesmo que essa busca seja uma estrada sem fim ou mesmo que o sujeito alegue não ser vítima dela, ela está presente cotidianamente em suas vidas.
Andy não quis continuar sendo a assistente de Miranda, porém ela usa o que aprendeu na Runway para refazer seu processo de identidade, com maior autoestima. Isso comprova que a personagem fez a escolha não por um determinado grupo e sim, por ela como indivíduo. Hoje, pessoas realizam seus casamentos e festas e querem ter destaques em colunas sociais, o que comprova a necessidade que o sujeito tem de se glamourizar e estar incluso.
A moda é uma vertente poderosa que determina o estilo, a identidade, o grupo a quem os indivíduos pertencem e, até mesmo o sujeito que não é destaque em colunas sociais, gosta de ler e apreciar os eventos publicados em impressos como os apresentados no filme em pauta.
Moda não é tão simples e envolve muito mais que a indústria de luxo, sendo essa a grande mensagem do filme “O Diabo veste Prada”. Hoje a moda tem se expandido em todo o mundo e mesmo sem poder aquisitivo todos querem, desejam e sonham com seus produtos, seja para enfeitar-se, para arrancar elogios ou simplesmente para ir a uma entrevista de trabalho e estar bem apresentável. Os valores exorbitantes creditados à marcas e seus respectivos produtos salientam poder.
Contudo, não há como viver imune a moda, mas entregar-se a ela sem restrições é um grave sintoma do mal estar da civilização, ou seja, o indivíduo tem a dura tarefa de ter autoestima e sucesso e ser ele mesmo. Essa foi a escolha da personagem Andréa. O Diabo veste Prada realmente foi um filme que nos impressionou, e tirou aquela ideia de mais um filme americano. Trata-se de um filme realista, que fala sobre os obstáculos encontrados no mercado de trabalho e o que as pessoas acabam fazendo pra crescer na vida.
Em certo ponto Miranda afirma à mocinha do filme com toda certeza, arrogância, luxúria e calma do mundo: “Essa é a vida que todos querem”. Porém nesse momento, Miranda desperta a libertação de Andy e do público.
Quanto ao que concluímos especificamente sobre a profissão de jornalista, versa em torno do olhar que leigos e terçeiros tem sobre a atividade. Segundo a retratação e aprofundamento que o filme deu, jornalistas são dúbios, são metamorfos e buscam reaização e reconhecimento. São profissionais cuja técnica e teoria apreendida não são questionadas porque pouco são requisitadas. O filme poderia ter dado uma abrangência e aprofundamento maior da profissão, privilegiando não só o lado difícil e sofredor da profissão, mas também o lado aclamado e reconhecido.


Texto extraído do trabalho realizado por Bruna Essig e Alexandre Soares Pinto para a cadeira de Crítica da Mídia da PUCRS.

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