segunda-feira, 28 de março de 2011

Breve divagação sobre as reações afetivas na terceira idade

As pessoas mais velhas envolvem-se em interações sociais com menos freqüência que as mais jovens; seus relacionamentos são mais satisfatórios encorajadores e plenos; os casamentos mais positivos; o relacionamento com irmãos é renovado e com os filhos melhores do que nunca. Embora as pessoas idosas interajam menos a velhice não é um tempo de sofrimento, rigidez e melancolia. A velhice libera as pessoas de buscar contatos sociais que não trazem ganhos emocionais, as emoções mais complexas dominam a esfera afetiva, no qual se possa atingir integração final entre o significado e o propósito na vida.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Estatuto do Idoso - parte III

ESTATUTO DO IDOSO - CAPÍTULO IV

Do Direito à Saúde

Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção, e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos. (grifo nosso)

A doença crônica é principal causa de incapacidade entre os idosos. Muitos processos fisiológicos alteram-se à medida que a pessoa envelhece. Essas alterações são progressivas e nem sempre aparentes ou patológicas, no entanto, colocam o idoso criticamente doente em risco aumentado pelas complicações. As principais causas de morte entre os idosos são: Cardiopatia (doenças do coração), Neoplasias malignas (Câncer), AVC, (acidente vascular cerebral), Influenza (gripe) e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).

O envelhecimento intrínseco refere-se às características e processos que ocorrem universalmente com todos os idosos influenciando em grau variado em diferentes indivíduos e incluem estilo de vida, exposição ou influencia ambientais.

O envelhecimento, normal é definido como somatório do envelhecimento intrínseco e fatores genéticos individuais, assim, o envelhecimento de um órgão ou do corpo todo, podem ser prematuros, ou retardados em relação à idade cronológica real.

As alterações crônicas no sistema orgânico variam a cada individuo e é importante diferenciar as alterações relacionadas com a idade, daquelas associadas a uma doença crônica.

Com a idade ocorrem alterações no sistema auditivo, como maior sensibilidade a ambientes ruidosos, da mesma forma olho é afetado ocasionando diminuição das pupilas e da acuidade visual, dificuldade com a percepção de profundidade, os olhos ressecados, além de doenças comuns na idade como Catarata e Glaucoma. Acontecem também, algumas alterações sensoriais como tato, olfato e paladar. O envelhecimento normal, a doença crônica e a terapia medicamentosa costumam aumentar a suscetibilidade do idoso à insônia. A modificação comportamental, como boa higiene, horários regulares, atividade diurna, ambiente tranqüilo, tem sido utilizados com sucesso para muitos problemas do sono, o uso de medicamento fica em 2º plano.

A pele do idoso tende a ficar seca e lesões malignas ocorrem nas áreas expostas ao sol, o cabelo fica grisalho e mais áspero e as unhas mais quebradiças, pelos adicionais desenvolvem-se nas sobrancelhas, nariz e ouvidos.

Alterações cardiovasculares, respiratórias e renais também estão relacionadas com a idade. A dispnéia é a queixa mais comum e as causas podem ser cardíacas, pulmonares, metabólicas, mecânica ou hematológicas. Os idosos tendem a apresentar sensação de sede diminuída e por isso bebem menos líquidos, deixando-os vulneráveis à desidratação e constipação intestinal, o declínio na função imunológica do organismo deixa o idoso mais vulneráveis as infecções.

O declínio da memória envolve mais a memória de curto prazo do que a memória de longo prazo e remota, por isso, lembrando-se de coisas aprendidas a muito tempo e não de fato recente. Os distúrbios depressivos estão entre as queixas mais comuns dos idosos e a principal causa do suicídio na fase final da vida. As causas da depressão são multifacetadas e incluem perdas múltiplas associadas ao envelhecimento, doenças subjacentes ou medicamentos.

Os serviços públicos de saúde são de uma precariedade impar, em geral marcada pela escassez, e pela má qualidade técnica e pelo péssimo atendimento humano. A atenção a essas questões deverá começar pelas camadas privilegiadas que demandarão em primeiro lugar os atendimentos necessários. Podendo reclamar da falta de equidade e justiça intrínsecas a dura realidade social, indivíduos envelhecendo sem o mínimo de seguridade social que lhes forneça bem – estar no final da vida.

sábado, 19 de março de 2011

Estatuto do Idoso - parte II

ESTATUDO DO IDOSO CAPÍTULO - II

Do Direito à Liberdade, ao Respeito, e à Dignidade.

Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis. (grifo nosso)

Muitos idosos são taxados de improdutivos, vários são demitidos de emprego onde já trabalham há anos, outros não conseguem voltar ao competitivo mercado de trabalho mesmo com toda a experiência, sofrendo com o preconceito muitos acabam deixando-se levar pela depressão. Por parte do Estado, falta assistência médica, muitos idosos se aposentem e ganhem o mínimo para a sobrevivência.

A vida na terceira idade torna-se bem complicada principalmente em países como o Brasil, que apesar de coagir alguns atos como o Estatuto do Idoso, muitos ainda vivem em situações desumana, marginalizados, sem qualquer assistência medica ou psicológica, sofrendo com o abandono da família e do estado e o descanso e burocracia das atividades brasileiras.

A falta de conhecimento dos seus direitos e deveres com a Previdência Social, uma vida inteira dedicada ao trabalho e a criação e manutenção da família sem a preocupação com a velhice, mostra a realidade atual da maioria da população idosa sem recursos a mercê das políticas governamentais e aposentadorias com salários precários. A falta de instrução, profissão e de organização familiar, resulta na grande quantidade de idosos que encontramos em nossa sociedade, marginalizados, dependentes do atendimento público, muitas vezes em asilos e abandonados pela família.

§ 3ª É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

O abuso de idoso ocorre nos domicílios e nas instituições e assume muitas formas, podendo ser ruidoso ou sutil; físico, psicológico ou material (financeiro), envolvendo negligencia exploração ou abandono. A pessoa idosa vitima de abuso frequentemente esta fragilizada do ponto de vista físico e mental e é incapaz de relatar sobre a situação abusiva por dependência financeira ou emocional em relação ao abusador. O abuso pode acontecer por falta de conhecimento sobre as necessidades básicas do idoso, falta de recurso para ajudar e desejo de proteger uma herança e pode ser cometido por pessoas que vivem ou não com idosos. Qualquer sugestão pelo idoso que as coisas não vão bem em casa deve ser investigada e encaminhada para a assistência social. Todas as pessoas envolvidas nos cuidados com o idoso devem conhecer suas responsabilidades sob as leis para notificar o abuso ao paciente idoso.

O abuso de álcool acontece na população idosa embora exista pouco registro sobre sua prevalência. As ingestões de bebidas alcoólicas nos idosos acontecem por motivos similares aos dos jovens, porém são maiores os problemas devido ao metabolismo do álcool no organismo, o menor volume de água corporal e diminuição no tecido magro e ingestão de medicamento psicotrópicos com risco de interação medicamento – álcool. Em se observando algo nesse sentido a família deve procurar ajuda ao Posto de Saúde de seu bairro para possível tratamento, ajuda e orientação.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Estatuto do Idoso


O ESTATUTO DO IDOSO
Instituição/Direitos/Deveres
A política pública de atenção ao idoso se relaciona com o desenvolvimento sócio-econômico e cultural, bem como com a ação reivindicatória dos movimentos sociais. Um marco importante dessa trajetória foi a Constituição Federal de 1988, que introduziu em suas disposições o conceito de Seguridade Social, fazendo com que a rede de proteção social alterasse o seu enfoque estritamente assistencialista, passando a ter uma conotação ampliada de cidadania.
A Política Nacional do Idoso, estabelecida em 1997 – Lei 8.842, e o Estatuto do Idoso criado em 2003 é um conjunto de normas legais para atender os direitos sociais dos idosos, garantindo autonomia, integração e participação efetiva como instrumento de cidadania. Essa lei foi reivindicada pela sociedade, sendo resultado de inúmeras discussões e consultas ocorridas nos estados, nas quais participaram idosos ativos, aposentados, professores universitários, profissionais da área da saúde e várias entidades representativas desse segmento, que elaboraram um documento que se transformou no texto base da lei. O Estatuto do Idoso consolida os direitos já assegurados na Constituição Federal sobre tudo tentando proteger o idoso em situação de risco social. O Estatuto do Idoso objetiva criar condições para promover longetividade com qualidade de vida, colocando em pratica ações voltadas, não apenas para que vão envelhecer; bem como lista das competências das varias áreas e seus respectivos órgãos.
ESTATUTO DO IDOSO
Das Disposições Preliminares
Art.3ª É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. (grifo nosso)
A percepção negativa sobre o idoso reflete-se nas oportunidades que lhe são oferecidas. O investimento no idoso é subestimado, pois não se acredita no retorno; o seu bem – estar é secundarizado por uma política que privilegia os mais jovens, sem se levar em conta o principio democrático de igualdade social. As oportunidades no mercado de trabalho são reduzidas e os investimentos para sua reciclagem e atualização escassos ou inexistentes. O estigma da idade limita oportunidades de opção e decisão por uma atividade. A busca de melhores condições para um envelhecimento bem sucedido com boa qualidade de vida física, psicológica e social é mais um desejo pessoal e também um assunto significativo para a ciência e a sociedade.

sábado, 12 de março de 2011

AS TENDENCIAS DO ENVELHECIMENTE DIANTE DAS NOVAS PERSPECTIVAS DE QUALIDADE DE VIDA E LONGEVIDADE

Identificar as virtudes da idade madura é um desafio no qual se envolvem pensadores ao longo dos tempos. O envelhecimento populacional está se generalizando e identificar as condições que permitam envelhecer bem e com boa qualidade de vida é tarefa de vários setores no âmbito das ciências biológicas, psicológicas e sociais. A promoção da boa qualidade de vida na idade madura implica na adoção de múltiplos critérios de natureza biológica, psicológica, e sócio - estrutural. Vários elementos são apontados como determinantes de bem – estar na velhice: longevidade, saúde biológica, saúde mental, satisfação, atividade, renda, continuidade das relações familiares e de amizade, entre outros.
Doenças, perdas de papeis ocupacionais e perdas objetivas, podem ocasionar ansiedade dependendo do nível social, cultural e histórico de cada um.
Conforme estudo realizado por pesquisadores da Escola de Chicago (Cavam, Burguess – Haviglurst e Goldhammer, 1949; Polallack, 1948, apud Passuth e Beugston, 1988) "envelhecer significa estar satisfeito com a vida atual e ter expectativas positivas em relação ao futuro e isso depende da capacidade de manter ou restaurar o bem – estar subjetivo justamente numa época de vida em que a pessoa está mais exposta a riscos e crises de natureza biológica, psicológica e social".
O envelhecimento da população é um fenômeno demográfico há muito detectado nos países desenvolvidos. Os idosos são hoje 14,5 milhões de pessoas, 8,6% da população total do Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base no censo de 2000. O Instituto considera idosa pessoas com 60 anos ou mais, mesmo limite de idade considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para os países em desenvolvimento. O envelhecimento da população brasileira é reflexo do aumento da expectativa de vida devido ao avanço no campo da saúde e a redução da taxa de natalidade.
“No Brasil, Néri (1991) encontrou dados comparáveis ao investigar atitudes em relação à velhice em pessoas entre 13 e 45 anos. Os sujeitos tenderam a relacionar velhice com improdutividade, dependência isolamento e desvalorização social. Apesar disso, apontaram características positivas como sabedoria e dignidade”.
Até o inicio do século XIX existiam três noções sobre o envelhecimento humano. A primeira era que a espécie humana já foi perfeita, mas que o pecado original provocou sua desgraça, cujo sinal é a morte. A segunda era que em lugar distante no mundo existiram pessoas que deteriam o segredo da imortalidade. A terceira era que existia uma fonte milagrosa cujas águas teriam o poder de restaurar o vigor da juventude perdidos e assim prolongar vida (Greman 1966, apud Bimen e Bimer 1990).
A importância dos idosos para o país não se resume a sua crescente participação no total da população. Muitos dos idosos estão em plena vida ativa, boa parte dos idosos hoje são chefes de família e nessas famílias a renda média é superiores aquelas chefiadas por adultos não - idoso.
Segundo o censo 2000, 62,4% dos idosos e 37,6% dos idosos são chefes de família, somando 8,9 milhões de pessoas. Além disso, 54,5% dos idosos chefes de famílias vivem com seus filhos e os sustentam.
O envelhecimento não é exclusividade dos tempos modernos, mas foi só nos últimos 100 anos que se tornou algo comum. Calcula-se que nos tempos pré – históricos a velhice era extremamente rara e mesmo no século XVII apenas 1% da população vivia mais de 65 anos.
As questões da velhice normalmente estão associadas aos países desenvolvidos. Entretanto, conforme Veras, Coutinho e Néri Junior (1990) desde o início da década de 70 mais da metade das pessoas que chegavam aos 60 anos vivem em países de Terceiro mundo. Projeções demográficas indicam que cerda de três quartos do aumento da população idosa ocorrerá em tais países. Segundo estimativas dos autores, o Brasil será um dos 8 países que terão maiores populações de idosos no mundo. Se o número de idosos tende a aumentar, se os idosos podem continuar se desenvolvendo, é de se esperar mais reivindicações maiores pessoas por recurso educacionais e sociais que incidam sobre a qualidade de vida dos mesmos. Certamente as imagens populares de pessoas idosas estão se modificando levando em consideração as mudanças culturais, sociais e cientificas, e nessas mudanças a reavaliação e o combate aos mitos, medos e preconceitos que obscurecem a velhice.