sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Análise do livro: Revolução dos Bichos

Os animais ao se sentirem massacrados e esfoliados pelo ser humano aqui chamado Sr. Jones dono da Granja do Solar, resolveram fazer uma revolução baseada nas teorias de um porco chamado Major.
Expulsaram assim os humanos da granja e criaram uma sociedade igualitária. De início tudo transcorria muito bem, foram criado sete mandamentos que distinguia o animal do homem.
Seu principal lema: "Todos os animais são iguais”.
Mas eis que dois dos porcos descobrem que o poder é bom e pode lhes trazer benefícios pessoais. Ironicamente o nome desses dois porcos é, Napoleão e Bola de Neve.
Então tudo muda, começa um processo igual a todo e qualquer regime que a principio transformam em ferrenhas Ditaduras. Napoleão começa a ditar normas, o leite tirado das vacas quem poderia tomar era somente dos porcos, as maças também era só dos porcos. Como se só os lideres precisassem estar bem alimentados. (Os trabalhadores não precisam se alimentar, pois se estivessem de barriga cheia não precisarão mais de alguém que lhes diga o que fazer, e não serão mais manipulados com facilidade, com a barriga cheia começarão a pensar e exigir seus direitos, e, não é isso que os lideres querem não é mesmo?).
Acontece uma batalha entre humanos e animais pela disputa da granja na qual os animais venceram com algumas baixas, mais no final ela fora ótima e até batizada com o nome de “batalha do estábulo”, e, todo ano no aniversário da batalha se faria uma comemoração.(já conhecemos essa história não é mesmo).
Havia uma disputa muito grande entre Napoleão e Bola de Neve, cada um tinha seus propósitos seguidores. Mas Napoleão foi mais astuto e expulsou Bola de Neve da granja, este de herói passou a ser chamado de traidor e bandido, e como o ser humano, os animais também tinham memória curta, logo se esqueceram da verdadeira história e passaram a aceitar a que lhes era imposto. Claro com exceções de alguns poucos. Napoleão então tomou o lugar do Major. Acompanhado pelos cachorros como seus guarda costa, que ele mesmo adestrará quando os tomaram ainda filhotes de suas mães. Anunciou que daquele dia em diante ele estava no comando, não mais haveria reunião para decidir sobre o futuro da granja, ele e uma comissão de porcos se reuniriam em particular e depois comunicariam suas decisões aos demais.
Os animais continuaram a se reunir aos domingos mas era apenas para saudar a bandeira e cantar o hino “Bichos da Inglaterra” e Receber as Ordens da semana. Não haveria mais debates. Estariam eles vivendo a “ditadura” onde ordens são impostas sem direito a protesto, apenas com direito a obediência e se alguém se revolta, como aconteceu com as galinhas quando lhes fora exigido que mais ovos deveriam ser entregues para os porcos, então esses eram eliminados e ou banidos da granja. Apesar do mandamento: nenhum animal matará outro animal.
Logo os porcos passaram a morar na casa grande, apesar da revolução contra qualquer animal morar em casa, mas, o porquinho Garganta que era o porta voz de Napoleão (como se fosse a imprensa), explicou aos animais que era necessário que os porcos sendo os cérebros da granja tivessem um lugar calmo onde trabalhar. Alem disso era mais adequada para um “líder”.
Os sete mandamentos começam a ser adulterados no calor da noite, Garganta que era muito persuasivo, conseguia calar e deixar os bichos na dúvida quanto os mandamentos alterados. A fome toma conta dos bichos, apenas os porcos ganham alguns quilos, pois para eles nunca faltava comida. E ainda tinham o leite e as maças que somente eles podiam comer.
Os animais eram divididos em classes, a classes das galinhas, classe dos cachorros, classes das ovelhas, classes dos cavalos e assim por diante, e cada uma delas recebia sua parte de ração, dependendo de sua classe. Nova batalha fora necessária para defender a granja dos humanos. Esta porém fora mais difícil que a outra, houve muitas baixas e muitos animais além da perda do Moinho de Vento, mesmo assim os animais venceram.
O camarada Napoleão conferira a si próprio a comenda da “Ordem da Bandeira Verde”. A vida se tornara mais dura e novamente a comida teve de ser reajustada como dizia Garganta ao invés de reduzida (assim fazem com nosso salário), mas em comparação ao tempo de Jones, ainda melhor, isso lhes era incutido, e como suas memórias não eram das melhores eles acreditavam. Nasceram vários porquinhos, todos da linhagem de Napoleão, já que este era o cachaço da granja. Napoleão decidiu então que seria construída uma escola no quintal para os leitões, e estes eram aconselhados a não brincarem com os filhotes dos outros animais. (Instrução somente para a elite). Estabeleceu-se que quando um porco e outro animal se encontrassem numa trilha, o outro animal cederia a passagem.(Onde foi parar a igualdade?, e a liberdade se os animais quando não estavam dormindo, estavam trabalhando para o bem dos porcos!).
Isso acontece até hoje na sociedade que se diz Democrata, a massa trabalha para o bem estar dos poderosos, a elite. Há os que gostam de servir sem se incomodar de serem usados, como as ovelhas que quando alguém está insatisfeito e reclamavam elas logo cantavam “quatro pernas bom, duas pernas ruim”. Há os que se vendem por um pouco de atenção e um punhado de ração. Apesar do frio e da fome, no fundo todos estavam felizes por serem livres, não terem “patrão”. Coitados! Não conseguiam perceber que nada mudara, que seu “patrão” era Napoleão.
Chegou o dia que a granja dos Bichos fora Proclamada República e a necessidade de se eleger um Presidente. Como só houve um candidato “Napoleão”, este fora eleito por unanimidade. Os anos se passaram, muitos morreram de velhos e ou doentes, e muitos outros nasceram, mais nada mudou. A fome e o frio continuavam, mas a esperança nunca deixou de os acompanhar, em seus pensamentos. Se eles passavam fome não era por alimentar seres humanos tiranos, e se trabalhavam tanto era pro seu próprio benefício. (Pobres coitados como eram ingênuos, não conseguiam enxergar a realidade, que trabalhavam em benefício dos porcos). Os poderosos subvertem os mandamentos iniciais em seu próprio benefício, alteram hinos de louvor patriótico em seu próprio louvor. Passam a negociar com os humanos e a trazê-los para dentro da granja. No início seus arquiinimigos. A maioria já nem se lembra do que pregava a Revolução Original, pois a história é sempre recontada de acordo com o interesse de quem está no poder, até que a situação se torna muito pior do que era antes.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Presos Especiais

Num país de tamanhas impunidades até esquecemos que este é um país democrático que defende a integridade humana e que em sua Constituição é garantido o direito de que ninguém será considerado culpado até o final de um processo com todas as suas análises.
A expressão Presos Especiais: tem duas situações, aquela pessoa que cometeu um crime, mas pertence a uma classe social superior, um nível de escolaridade maior e que por lei tem direito a uma cela especial. E a pessoa que é acusada de um crime, é detida, mas aguarda o desenrolar das investigações e deveria estar em uma cela especial.
Ambos os casos acabam na mesma situação, ou seja, no mesmo lugar, lugar esse desumano ineficiente, cruel e humilhante.
A Prisão especial deveria sim existir, não como privilégio, mas sim para garantia da integridade física.
Mas não é somente isso.
Qual é a verdadeira finalidade de uma prisão? Ou qual deveria ser?
A prisão deveria ser o local onde o sentenciado como ser humano, teria condições de compreender a vida como autoridade das leis, terem educação, trabalho, capacidade para interagir na sociedade.
Quando isso ocorre todas as carceragens serão especiais, as penitenciarias serão especiais as custodias dos menores serão especiais.
Se não temos condições para solucionar todo o sistema carcerário Brasileiro temos que ter condições de pelo menos manter o preso provisório em condições humanas, digna, é o mínimo de respeito, porque o preso provisório é ainda inocente, até que seja esclarecido o caso.

domingo, 22 de agosto de 2010

Direito à Saúde

O Direito à saúde é parte de um conjunto de direitos chamados de direitos sociais, que têm como inspiração o valor da igualdade entre as pessoas. No Brasil este direito apenas foi reconhecido na Constituição Federal de 1988, antes disso o Estado apenas oferecia atendimento à saúde para trabalhadores com carteira assinada e suas famílias, as outras pessoas tinham acesso a estes serviços como um favor e não como um direito. Atualmente, a Constituição Federal discute estas responsabilidades, as quais são repensadas e promover a saúde de todos passa a ser seu dever:

“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação”.
Constituição Federal de 1988, artigo 196.

Este artigo não deve ser lido apenas como uma promessa ou uma declaração de intenções, este é um direito fundamental do cidadão que tem aplicação imediata, isto é, pode e deve ser cobrado. A saúde é um direito de todos por que sem ela não há condições de uma vida digna, e é um dever do Estado por que é financiada pelos impostos que são pagos pela população. Desta forma, para que o direito à saúde seja uma realidade, é preciso que o Estado crie condições de atendimento em postos de saúde, hospitais, programas de prevenção, medicamentos, etc., e além disto é preciso que este atendimento seja universal (atingindo a todos os que precisam) e integral (garantindo tudo o que a pessoa precise).
A criação do SUS (Sistema Único de Saúde) está diretamente relacionada a tomada de responsabilidade por parte do Estado. A idéia do SUS é maior do que simplesmente disponibilizar postos de saúde e hospitais para que as pessoas possa acessar quando precisem, a proposta é que seja possível atuar antes disso, através dos agentes de saúde que visitam frequentemente as famílias para se antecipar os problemas e conhecer a realidade de cada família, encaminhando as pessoas para os equipamentos públicos de saúde quando necessário. Desta forma, organizado com o objetivo de proteger, o SUS deve promover e recuperar a saúde de todos os brasileiros, independente de onde moram, se trabalham e quais os seus sintomas. Infelizmente este sistema ainda não está completamente organizado e ainda existem muitas falhas, no entanto, seus direitos estão garantidos e devem ser cobrados para que sejam cumpridos.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Análise de Conjuntura - Serviço Social

No desenvolver da ação profissional, o Assistente Social se vê envolvido em situações que não podem e nem devem ser compreendidas, analisadas de maneira superficial, uma vez que o sucesso de sua intervenção depende da “leitura” que ele faz.
O assistente social tem um papel relevante nessa realidade, mas como já foi dito, é preciso que saiba munir-se dos instrumentos que permitem uma leitura especial da realidade. Leitura que se faz em função de uma necessidade ou interesse da prática profissional que venha desenvolver.
É evidente que essa leitura, apesar de objetiva, não será neutra. Ao contrário, estará sempre relacionada a sua visão do mundo e ao rumo dos acontecimentos gerados pela estrutura social. Costumamos dizer que esses acontecimentos perpassam a estrutura como movimentos cíclicos e criam certas situações especiais e que chamamos “conjuntura”. [...] que exige não somente um conhecimento detalhado de todos os elementos julgados importantes e disponíveis de uma situação determinada, como exige também um tipo de capacidade de perceber, compreender, descobrir sentidos, relações, tendência a partir dos dados e das informações (SOUZA, 1984, p. 08).

Categorias da análise de conjuntura

- acontecimentos (certas ocorrências que causam, quase sempre, repercussões e que pela dimensão que atingem, os efeitos que causam, podem afetar a vida de milhares de pessoas, da sociedade e seu conjunto – por exemplo: greves, guerras, movimentos sociais, conflitos no campo etc. que adquirem, portanto, um sentido especial para o pais, uma classe social, um grupo social ou uma pessoa);
- cenários (determinados espaços onde se desenvolve as ações da trama social e política: cenários da guerra, cenários da luta);
- atores (uma classe social,uma categoria profissional, ou um grupo são atores sociais quando representam algo para a sociedade e encarnam uma idéia, uma reivindicação, um projeto, uma denuncia. Exemplo: os sem-terra e os latifundiários são os atores principais do conflito pela posse da terra);
- relação de forças (em todo acontecimento, diferentes atores vão estar em relação – ora confronto, ora de cooperação, ora de coexistência, revelando uma relação de forças, de domínio uns sobre os outros, de igualdade ou de subordinação);
- articulação (relação) entre “estrutura” e “conjuntura” (Os acontecimentos, quando emergem num determinado cenário e numa dada conjuntura, são sempre resultados de um processo que vem se gestando numa determinada estrutura, que vai definir as características, alcance e limite de tal conhecimento – nenhum acontecimento social, mesmo aquele que provoca mudança significativa, ocorre por simples acaso ou “cai do céu” por descuido de alguém);

Existem dois modos de ler a conjuntura:
• a partir da situação ou do ponto de vista de poder dominante (a lógica do poder);
• a partir da situação ou do ponto de vista dos movimentos populares das classes subordinadas, da oposição do poder dominante

A análise de conjuntura:
[...] deve levar em conta as articulações e dimensões locais, regionais, nacionais e internacionais dos fenômenos, dos acontecimentos, dos atores, das forças sociais, sempre analisá-los sob a ótica dos interesses das classes subordinadas, porque esse tipo de analise só adquire sentido quando e usada como elemento de transformação da realidade.